quinta-feira, 21 de junho de 2012

Verão: Joana Vasconcelos

Coração independente de Joana Vasconcelos



 Durante todo o verão as esculturas de Joana vão embelezar o palácio de Versalhes e Paris vai ficar ainda mais bonita. O verão, esse, vai ser, de certeza animado e refrescante.   

terça-feira, 19 de junho de 2012

O que me apaixonou e animou nesta primavera? A LUA!

Especificamente, nesta primavera, só me ocorre falar da lua e da poesia que ocuparam um espaço significativo em As estações do ano. As razões deste protagonismo são circunstanciais, como quase tudo na minha vida. Revi o que tinha sido publicado, e constatei que "coincidência(s)" é um título bisado, nestas estações:  Pedro Lamares  e José Saramago.

E a propósito, ou não, ouçamos os Santos Pecadores em Tela, banda sonora de Contraluz, filme que, também, nos fala de coincidências, encontros e destino.


"Na minha sala sob a luz do luar ..."

O que me apaixonou e animou nesta primavera? A LUA!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Quando seguimos sozinhos ...



Voltarei à minha terra
quando já estiver cansada
do destino que me leva
a andar de estrada em estrada

por enquanto eu adivinho:
este destino que pra mim escolhi
vai chegando de mansinho
quando eu descubro o caminho
que me vai levar a ti

minha terra é a distância
minha casa é o segundo
em que eu lembro aquela ânsia
que me chega da infância
e me leva pelo mundo

por isso é que sou menina
e não vou mudar de idade
chamo terra à minha sina
e chamo casa à saudade

se o relógio se adianta
prende-me o fado à garganta
e obriga-me a cantar
como se a qualquer momento
se escutasse a voz do vento
nas profundezas do mar

mas se o ponteiro se atrasa
chamo terra e chamo casa
ao antes e ao depois,
quando seguimos sozinhos
vamos abrindo caminhos
onde às vezes cabem dois

Letra: Tiago Torres da Silva. Música: Armandinho. Arranjos: Pedro Jóia.
Voz: Tereza Salgueiro 

Guitarra: Pedro Jóia

quarta-feira, 6 de junho de 2012

terça-feira, 5 de junho de 2012

Trouxeram-me um búzio ...





Búzio

Trouxeram-me um búzio.
Dentro dele canta
um mar de mapa.
Meu coração
enche-se de água
com peixinhos
de sombra e prata.

Trouxeram-me um búzio.

Federico Garcia Lorca

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Poesia: Mia Couto



"Confidência"


Diz o meu nome
pronuncia-o
como se as sílabas te queimassem os lábios
sopra-o com a suavidade
de uma confidência
para que o escuro apeteça
para que se desatem os teus cabelos
para que aconteça


Porque eu cresço para ti
sou eu dentro de ti
que bebe a última gota
e te conduzo a um lugar
sem tempo nem contorno


Porque apenas para os teus olhos
sou gesto e cor
e dentro de ti
me recolho ferido
exausto dos combates
em que a mim próprio me venci


Porque a minha mão infatigável
procura o interior e o avesso
da aparência
porque o tempo em que vivo
morre de ser ontem
e é urgente inventar
outra maneira de navegar
outro rumo outro pulsar
para dar esperança aos portos
que aguardam pensativos


No húmido centro da noite
diz o meu nome
como se eu te fosse estranho
como se fosse intruso
para que eu mesmo me desconheça
e me sobressalte
quando suavemente
pronunciares o meu nome.

Mia Couto