quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O Outono e a celebração do equinócio.

O Outono chega sempre com o calor do verão que, ainda, nos acalenta e aconchega, nos dias que vão ficando cada dia mais pequenos, mais frescos e menos ensolarados.

Ainda é tempo de ir à praia, agora, quase deserta e arriscar um mergulho (o último ?!). Acabar de ler o livro, que ficou a meio, porque, no verão, o sol está muito forte e a vontade de fazer alguma coisa é quase nula. Iniciar um outro, cuja leitura se prolongará até ao Inverno ...

(Usu)fruir das esplanadas de onde se vê o rio, o mar e a serra, a qualquer hora do dia, porque o calor já não aperta e "flâner" no lusco-fusco do final de tarde são as lembranças que eu guardo de outros Outonos.

E para quem celebrou o equinócio do alto do Formosinho, a minha admiração e os meus parabéns! Arrábida, um dos lugares mais belos que eu conheço. Perfeito para festejar a natureza! Com moscatel e tortas de Azeitão. Só lamento não ter estado lá ...



Por O Caos  - Clube de Actividades de Oxigénio e Sol

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O que nos animou, divertiu e refrescou neste Verão?

















O Quiosque do Refresco de Eduardo Salavisa em desenhador do quotidiano

A mim, o que me refrescou foram uns "belos" mergulhos, nas belas praias que há por aí.

O que me animou e divertiu?! Muita coisa, como já é costume:  música, muita música,  teatro,  festas e feiras tão características do Verão. Mas não só! Essencialmente, quem me animou foram as pessoas que estiveram comigo e partilharam esses momentos felizes ...

E a vocês?! Neste Verão, o que vos animou, divertiu e  refrescou?

sábado, 11 de setembro de 2010

Uma Esplanada sobre o Mar de Vergílio Ferreira

"Uma Esplanada sobre o Mar era certamente onde gostarias de passar muito tempo. Eu sei que eu adoraria, sempre! E sei que, quando encontras uma a aproveitas, mais do que eu ... Aproveita também esta!" (dedicatória, Natal 95)

"A rapariga estava sentada a uma mesa numa esplanada sobre  o mar. Vestia de branco e era loura mas estava muito queimada do sol. (...) Era a meio da tarde e o sol batia em cheio no mar, que se espelhava aqui e além em placas rebrilhantes. O céu estava muito azul e o ar era muito límpido, mas no limite do mar havia uma leve neblina e os barcos que aí passavam tinham os traços imprecisos como se fossem feitos também de névoa. Na praia que ficava em baixo não havia quase ninguém e o mar batia em pequenas ondas na areia. A espuma era mais branca, iluminada do sol, e o ruído do mar era quase contínuo e espalhado por toda a extensão das águas. (...) Foi num desses momentos de alheamento que o rapaz entrou. Vestia calça branca e uma camisola amarela de manga curta. E era louro como a rapariga. (...).

- Desculpa, fiz-te esperar - disse ele.
- Cheguei há pouco (...)
O sol caía em cheio sobre a praia, iluminava o mar até ao limite do horizonte.
- Que é que me querias dizer? - perguntou de novo a rapariga.
Ele sorriu-lhe e tomou-lhe uma das mãos que tinha sobre a mesa.
- Gostei de te ver - disse depois. - Gosto de te ver como nunca. Fica-te bem o vestido branco.
- Já mo viste tanta vez.
- Nunca to vi como hoje. Deve ser do sol e do mar.
- Que é que querias?
- Deve ser dos olhos limpos com que to vejo hoje.
- Nunca reparaste que há certas coisas que nós já vimos muitas vezes e que de vez em quando é como se fosse a primeira?
- Nunca reparei - disse a rapariga.
- Nunca ficaste a olhar o mar muito tempo?
- Sim, já fiquei.
- Ou o lume de um fogão? - disse o rapaz.
- E que queres dizer com isso?
- Ou uma flor. Ou ouvir um pássaro cantar.
- Sim, sim.
- Não há nada mais igual do que o mar ou o lume ou uma flor. Ou um pássaro. E a gente não se cansa de os ver ou ouvir. Só é preciso que se esteja disposto para achar diferença nessa igualdade. Posso olhar o mar e não reparar nele, porque já o vi. Mas posso estar horas a olhar e não me cansar da sua monotonia."

Excerto de Uma esplanada sobre o mar, de Vergílio Ferreira

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Festa do chão, da vinha e do vinho.

O  Verão, neste blogue, começou com a Feira de Santiago, que começa no final de Julho e entra pelo Agosto. Em Setembro, não poderia deixar de falar da Festa das Vindimas, cuja temática se centra na terra, chão e no que ela nos dá, neste caso, a vinha e o vinho.

Há muitos vinhos, nesta região, mas eu gostaria de destacar o Moscatel que é designado por alguns "como um monumento de arte agrícola e uma glória nacional."

É produzido a partir da casta moscatel, que é um tipo de uva que prima pelo seu carácter frutado, melado com aroma a fruta tropical, diferenciando os vinhos moscatéis de qualquer outro tipo de vinho. Sabe-se que esta casta é originária do Egipto, tendo-se expandindo pelo Mediterrâneo a partir de Alexandria, provavelmente na época do Império Romano (Galet, 1985).

É um vinho dourado, com perfume suave e um sabor delicado. Enfim, acompanha qualquer momento ...

E há a música que  alegra qualquer feira, festa ou romaria. E quando já estávamos de saída, passámos pelo largo, onde o José Cid cantava e animava. Só ouvimos uma música: "Coração de papelão", dos anos 80.

Não resisto em partilhá- la com quem passa por aqui. Não é uma versão do José Cid, mas que importa?!

Nota: a versão cantada pelo José Cid, disponível no youtube,  não estava em condições de ser publicada.


"Se essa rua fosse minha 
eu mandava-a ladrilhar
com o brilho dos teus olhos
só para o meu amor passar."

Também nos animou (a versão do José Cid)!

A Festa termina hoje, por isso ainda estão a tempo ...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Chovem amores na rua do Matador.

" ...os sonhos são mapas que nos ajudam a orientar na vida. Aqueles que não sabem ler os sonhos, esses, sim, estão perdidos...” Ermelinda Feitinha (mãe).














Uma das frases que compõe o monólogo de uma das quatro personagens femininas - Mariana Chubichuba; Judite Malimali e Ermelinda Feitinha (mãe e filha) - cujos textos foram escritos por José Eduardo AgualusaMia Couto escreveu o monólogo da personagem masculina, Baltazar Fortuna.

 Para Mia Couto o texto “mais do que produzido a duas mãos, foi feito a duas almas. Combinámos, logo de início: eu farei de homem, tu farás de mulher. E fomos, sem falar, acertando que a peça falaria de amores e morte. Não são estes os únicos motivos da literatura?”.

 E é desta união da escrita a dois que surge o texto Chovem amores na rua do Matador que foi representada pelos actores José Rosa e Sandra Santos, do Trigo Limpo, Teatro ACERT. Gostaria aqui de destacar a representação primorosa da actriz que desempenhou os quatro papéis femininos. 

A não perder, num "palco" por esse mundo, onde se fala português.















Também gostaria de destacar os belíssimos textos escritos por José Eduardo Agualusa para as suas personagens. Reconheci nestes monólogos a beleza única e inconfundível como este autor escolhe e utiliza as palavras da nossa língua.

Eu sei que sou suspeita! José Eduardo Agualusa é de uma forma ou de outra uma  presença habitual em As Estações do Ano, ocupando, assim um lugar privilegiado, neste blogue.

Não percam a oportunidade de conhecer a sua escrita!

Nota: para completar a informação sobre Chovem amores na rua do Matador devem seguir os links, título incluído