segunda-feira, 31 de março de 2014

Fotografia de Cidades | José Luis Peixoto

FOTOGRAFIA DE MADRID

Madrid regressará sempre. São precisos anos
para aprender aquilo que apenas acontece com
a distância de anos. É por isso que posso afirmar
que Madrid regressará sempre. Não sei que tipo
de entendimento encontrámos. Eu e Madrid não
nos conhecemos bem. Sabemos o essencial e
inventamos tudo o resto. Tanto a minha vida,
como a vida de Madrid, já tiveram muitas formas.
No entanto, quando nos encontramos, somos
sempre o mesmo nome. Avaliamo-nos por
cicatrizes e pequenas marcas de idade.
Não estabelecemos metas, estamos cansados.
Eu e Madrid só queremos uma cama, mas,
se não houver, contentamo-nos com o chão e,
se não houver, contentamo-nos com um abraço.

José Luis Peixoto

sábado, 29 de março de 2014

sexta-feira, 28 de março de 2014

Mário Laginha e Álvaro de Campos



Comunicado pelo Engenheiro Naval, Sr. Álvaro de Campos em estado  de inconsciência alcoólica.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Teatro: Bonecos de Santo Aleixo

O Teatro tem inúmeras formas de se representar. A VIDA também!



Autos da Criação por Bonecos de Santo Aleixo / CENDREV


segunda-feira, 24 de março de 2014

A todos vós que por aqui passam, ficam e voltam ...

A todos vós que vão passando por aqui, que ficam e que voltam, as minhas boas vindas! Espero que gostem desta ESTAÇÃO que é a minha.



Encontros e despedidas de Milton Nascimento

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir

São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também de despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida

sexta-feira, 21 de março de 2014

Paixões: marionetas e poesia.

Las Tribulaciones de Virginia, dos Hermanos Oligor, teatro de objectos e autómatos. Não me lembro de ter visto, até hoje,  nada de semelhante ao que vi, naquela noite, na capela do Convento das Bernardas.

"Invulgar, delicado e mágico como uma caixa de música aberta e iluminada dentro de um quarto escuro ...".  FIMFA LX10

"… un día alguien que no conoces se fija en ti. Ese día te cambia la vida. Virginia se la cambió a Valentín.
Cuando empiezas algo crees que va a ser para siempre y a veces no es así. Un día la magia como viene se va… te desenamoras… " Hermanos Oligor 

No dia em que se comemora o dia mundial da marioneta e da poesia.


Este texto foi publicado, aqui, em maio de 2010,  em que Las tribulaciones de Virginia fez parte do Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas, também conhecido por FIMFA LX 2010.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Au printemps toute la Terre se changera ... | Jacques Brel

A

Au printemps

Au printemps au printemps
Et mon cœur et ton cœur
Sont repeints au vin blanc
Au printemps au printemps
Les amants vont prier
Notre-Dame du bon temps
Au printemps
Pour une fleur un sourire un serment
Pour l'ombre d'un regard en riant

Toutes les filles
Vous donneront leurs baisers
Puis tous leurs espoirs
Vois tous ces cœurs
Comme des artichauts
Qui s'effeuillent en battant
Pour s'offrir aux badauds
Vois tous ces cœurs
Comme de gentils mégots
Qui s'enflamment en riant
Pour les filles du métro

Au printemps au printemps
Et mon cœur et ton cœur
Sont repeints au vin blanc
Au printemps au printemps
Les amants vont prier
Notre-Dame du bon temps
Au printemps
Pour une fleur un sourire un serment
Pour l'ombre d'un regard en riant

Tout Paris
Se changera en baisers
Parfois même en grand soir
Vois tout Paris
Se change en pâturage
Pour troupeaux d'amoureux
Aux bergères peu sages
Vois tout Paris
Joue la fête au village
Pour bénir au soleil
Ces nouveaux mariages
Au printemps au printemps
Et mon cœur et ton cœur
Sont repeints au vin blanc

Au printemps au printemps
Les amants vont prier Notre-Dame du bon temps
Au printemps
Pour une fleur un sourire un serment
Pour l'ombre d'un regard en riant

Toute la Terre
Se changera ...

Jacques Brel

segunda-feira, 17 de março de 2014

Maria Bethânia

Cântico Negro de José Régio e Estranha Forma de Vida de Amália Rodrigues

Elis | Fascinação


quinta-feira, 13 de março de 2014

Cavalo à Solta | Mafalda Veiga



Cavalo à Solta

Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.

Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.

Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.

Minha laranja amarga e doce
Minha espada
Poema feito de dois gomos
Tudo ou nada
Por ti renego
Por ti aceito
Este corcel que não sossega
A desfilada no meu peito

Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.

Minha alegria
Minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.

poema de Ary dos Santos

Diogo Infante diz Ode Marítima (excerto)

quarta-feira, 12 de março de 2014

segunda-feira, 10 de março de 2014

Catorze de Junho dito por José Saramago



Catorze de Junho

Cerremos esta porta.
Devagar, devagar, as roupas caiam
Como de si mesmos se despiam deuses,
E nós o somos, por tão humanos sermos.
É quanto nos foi dado: nada.
Não digamos palavras, suspiremos apenas
Porque o tempo nos olha.
Alguém terá criado antes de ti o sol,
E a lua, e o cometa, o negro espaço,
As estrelas infinitas.
Se juntos, que faremos?
O mundo seja,
Como um barco no mar, ou pão na mesa,
Ou rumoroso leito. Não se afastou o tempo.
Assiste e quer.
É já pergunta o seu olhar agudo
À primeira palavra que dizemos:
Tudo.

em Poesia Completa

domingo, 9 de março de 2014

sábado, 8 de março de 2014

Simone de Beauvoir e Fernanda Montenegro | Viver sem tempos mortos




Texto baseado nas cartas trocadas entre Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Maria Gadú e Caetano Veloso | Shimbalaiê

E se há pessoas que me aquecem o coração, o sol ilumina-me a alma.




Shimbalaiê de Maria Gadú

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar
Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar

Natureza deusa do viver
A beleza pura do nascer
Uma flor brilhando à luz do sol
Pescador entre o mar e o anzol

Pensamento tão livre quanto o céu
Imagino um barco de papel
Indo embora pra não mais voltar
Tendo como guia Iemanjá

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar
Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar

Quanto tempo leva pra aprender
Que uma flor tem vida ao nascer
Essa flor brilhando à luz do sol
Pescador entre o mar e o anzol

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar
Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar

Ser capitã desse mundo
Poder rodar sem fronteiras
Viver um ano em segundos
Não achar sonhos besteira

Me encantar com um livro
Que fale sobre vaidade
Quando mentir for preciso
Poder falar a verdade

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar
Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar
Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar
Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar

quarta-feira, 5 de março de 2014

O que me aqueceu e aconchegou neste inverno

O tempo e a música foram os temas privilegiados desta estação chuvosa e fria. Um tempo dado à reflexão dos últimos invernos.  Sem conclusões!

E é neste tempo que eu me aqueço, aconchego e adormeço. Tranquilamente!



Here comes the sun, George Harrison, 1969

segunda-feira, 3 de março de 2014