ESPLANADA
Da esplanada em vão me projeto
André Kertérsz, 1947 |
Tento ver sem me ver
Na esperança súbita de saber
Em que movimentos me finto.
Naquele entrecruzar constante
Neste chocar sem chocar
Onde o espaço é quase tudo
e o tempo quase nada
me tento em vão ver passar.
Uns vão rindo outros sorrindo
outros vão de rosto mudo
há quem simplesmente vá indo
Na fé que o vento varra tudo
Mas eis que um olhar diferente
vestes tu a esvoaçar
como se há muito os prédios
não nos tirassem o ar.
Na fronte leva a certeza
De mar manso em lua cheia
deixo 20 paus na mesa
vou apanhar a boleia ...
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