sábado, 8 de dezembro de 2012
Flor Bela Espanca
Caem as folhas mortas sobre o lago;
Na penumbra outonal, não sei quem tece
As rendas do silêncio… Olha, anoitece!
- Brumas longínquas do País do Vago…
Veludos a ondear… Mistério mago…
Encantamento… A hora que não esquece,
A luz que a pouco e pouco desfalece,
Que lança em mim a bênção dum afago…
Outono dos crepúsculos doirados,
De púrpuras, damascos e brocados!
-Vestes a terra inteira de esplendor!
Outono das tardinhas silenciosas,
Das magníficas noites voluptuosas
Em que eu soluço a delirar de amor…
Florbela Espanca (Vila Viçosa, 8 de Dezembro de 1894 — Matosinhos, 8 de Dezembro de 1930), uma das maiores poetisas do século XX.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário