A Branca Aurora perdeu o cartão de cidadão
Nunca teve passaporte e não sabe bem a idade
Gosta de sentir o chão a afagar-lhe as plantas dos pés
A Branca Aurora perdeu o cartão de cidadão
A Branca Aurora deu cabo do espelho retrovisor
Acredita que o passado nunca teve grande futuro
E que o futuro está bem mais distante de tudo o que era dantes
A Branca Aurora deu cabo do espelho retrovisor
E se ela dança
Todos os passos em redor são seus
Quando ela balança
Salta do vocabulário a palavra adeus
A Branca Aurora é um manancial de inspiração
Goza com a própria sorte e não tem medo do destino
Se alguém lhe oferece um cocktail ela pede um molotov
A Branca Aurora é um manancial de inspiração
E se ela dança
Todos os passos em redor são seus
Quando ela balança
Salta do vocabulário a palavra adeus
A Branca Aurora não vive no reino das ilusões
Quando vai ao mercado chega sempre fora de horas
Tira sempre partido daquilo que os outros deitam fora
A Branca Aurora não vive no reino das ilusões
Branca Aurora do álbum Alegria de Cristina Branco. Poema de Jorge Palma.
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