terça-feira, 30 de abril de 2013

NINA SIMONE




NINA SIMONE em Feeling Good e Don´t Let Me Be Misunderstood, hoje, dia 30 de abril.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

quarta-feira, 24 de abril de 2013

terça-feira, 23 de abril de 2013

BOAS LEITURAS!


"O pequeno Carlos estava um pouco assustado com aquilo mas sabia que nos sonhos tudo pode acontecer e por isso não disse nada. O pai, o pai do seu sonho, levou-o depois até uma praia imensa, em cujas dunas cresciam grandes abóboras douradas
 - Olha bem para elas - disse-lhe o pai. - Repara no tamanho e na textura. Estão enormes, brilhantes e redondas. Estão maduras. Daqui a pouco vão nascer os anjos." O Sonhador

"Então, numa manhã de muito sol, com o mar todo iluminado, Mário viu que a sua barriga se abria,e viu saltarem lá de dentro dezenas de pequeninos cavalos-marinhos. Eram os seus filhos.
Talvez há pouco me tenha enganado. Parece-me agora que esta história tem um final feliz. Porque decidi que ela acaba aqui, num nascimento, e porque a partir daquela manhã de sol, passou a existir um pai que dá à luz." O pai que se tornou mãe


Estará uma noite quente, caminharemos de mãos dadas. O Anjo não virá, que teria lá de fazer? vamos nós. Não terei medo da tua presença com a toda a sua força de me fazer ajoelhar. Olharei o teu corpo na sua transparência incorruptível. Sofrerei em mim a descarga do universo e não gritarei o teu nome. Porque estará em mim e eu hei de sabê-lo. A areia brilhará de uma luz pálida, pisá-la-emos devagar a um impulso fortíssimo e lento. Estaremos nus desde o início, sem vergonha anterior. Nudez primitiva, não a saberemos. Porque será uma nudez para antes de os deuses nascerem. Então mergulharemos nas águas do rio e deitar-nos-emos na areia. E olharemos o céu limpo e sem estrelas. E acharemos perfeitamente natural, porque a iluminação estará em nós. Erguer-nos-emos por fim e eu baixar-me-ei ao rio e trarei a água na concha das mãos. E derrámá-la-ei imensamente e devagar sobre a tua cabeça. E direi para toda a história futura, na eternidade de nós

  - Eu te batizo em nome da Terra, dos astros e da perfeição.   E tu dirás está bem."


 

-  Nunca reparaste que há certas coisas que nós já vimos muitas vezes e que de vez em quando é como se fosse a primeira?
- Nunca reparei - disse a rapariga.
- Nunca ficaste a olhar o mar muito tempo?
- Sim, já fiquei.- Ou o lume de um fogão? - disse o rapaz.
- E que queres dizer com isso?
- Ou uma flor. Ou ouvir um pássaro cantar.
- Sim, sim.
- Não há nada mais igual do que o mar ou o lume ou uma flor. Ou um pássaro. E a gente não se cansa de os ver ou ouvir. Só é preciso que se esteja disposto para achar diferença nessa igualdade. Posso olhar o mar e não reparar nele, porque o vi. Mas posso estar horas a olhar e não me cansar da sua monotonia."










"Caminhava no meio de fantasmas, de neblinas que eram gente. Entre os mil cheiros fétidos da cidade, a aragem nocturna trouxe-lhe o da carne queimada. Havia multidão em S. Domingos, archotes, fumo negro, fogueiras. Abriu caminho, chegou-se às filas da frente. Quem são, perguntou a uma mulher que levava uma criança ao colo, De três sei eu, aquele além e aquela são pai e filha que vieram por culpa do judaísmo, e o outro, o da ponta, é um que fazia comédias de bonifrates e se chamava António José da Silva, dos mais não ouvi falar. São onze os supliciados. A queima já vai adiantada, os rostos mal se distinguem. Naquele extremo arde um homem a quem falta a mão esquerda. Talvez por ter a barba enegrecida, prodígio c
osmético da fuligem, parece mais novo. E uma nuvem fechada está no centro do seu corpo.   

Então Blimunda disse, Vem. Desprendeu-se a vontade de Baltasar Sete-Sóis, mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia  e a Blimunda."







Ouve:  
There is a sea,

A far and distant sea
Beyond the farthest line,
Where all my ships that went astray.
Where all my dreams of yesterday
Are mine. 

A Praia
 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Fado do povo alado | Ana Moura




Vou de Lisboa a S. Bento,
Trago o teu mundo por dentro
No lenço que tu me deste.
 Vou do Algarve ao Nordeste,
Trago o teu beijo bordado,
Sou um Comboio de Fado
Levo um Amor encantado,

Sou um Comboio de gente.
Sou o chão do Alentejo,
De ferro é o meu beijo,
Tão quente como a Liberdade,
 E se não trago saudade
É porque vives deitado
Num Amor que não está parado,
Sou um Comboio de Fado,
 Sou um Comboio de gente.

Não há Amor com mais tamanho,
Que este Amor por ti eu tenho,
Voo de pássaro redondo,
Que não aporta no beiral.
Não há Amor que mais me leve,
Que aquele em que se escreve,
 Ai... Lume brando, Paz e fogo,
Luz final.

Desço do Porto ao Rossio,
Levo o abraço do rio,
Douro amante do Tejo,
Nos ecos dum realejo,
Chora minha guitarra,
Trazes-me a Paz da cigarra,
Num desencontro encontrado,
Sou um Comboio de Fado.

Se for morrer a Coimbra,
Traz-me da Luz a penumbra,
Do Amor que nunca se fez,
Corre-me o sangue de Inês,
Mostra-me um sonho acordado,
Somos um Povo alado,
Um Povo que vive no Fado
A Alma de ser diferente.

Não há Amor com mais tamanho,
Que este Amor por ti eu tenho,
Voo de pássaro redondo,
Que não aporta no beiral.
Não há Amor que mais me leve,
Que aquele em que se escreve,
Ai... Lume brando, Paz e fogo,
Luz final.

Poema de Pedro Abrunhosa

Dia Mundial da Terra: Lince Ibérico


Bisnaga, Flora, Fruta e Fresa são as mães das 15 novas crias de lince ibérico que têm vindo a nascer desde o início de março no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, em Silves, no Algarve.
O parto mais recente aconteceu a 19 de março, com a fêmea Fruta a dar à luz cinco crias, fruto do seu acasalamento com o macho Drago. 

A temporada de partos de 2013, começou a cinco de março, com Bisnaga a parir quatro crias numa das caixas-ninho das instalações deste centro. As novas crias ainda não têm nome, mas já "têm os olhos abertos, gatinham de forma hesitante e já começaram a explorar o mundo exterior, saindo da caixa", conta o diretor deste Centro.
Os outros dois partos da temporada aconteceriam a 18 e a 23 de março. Primeiro foi Flora a parir quatro crias, e depois Fresa que deu à luz mais duas.  

O Centro de Reprodução de Silves alberga ainda os 17 linces ibéricos que sobreviveram à temporada de 2012 (outros quatro morreram nos primeiros dias de vida) e que estão a ser preparados para ser reintroduzidas no meio natural, em breve, em território espanhol. Por cá ainda não estão encontradas as condições para serem libertados no espaço selvagem.

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terça-feira, 16 de abril de 2013

Dia Mundial da Voz | Sónia Tavares e António Variações


O que eu ouço na rádio, na ida e na volta para casa. Com a serra do lado esquerdo, RFM, 21h 30, Primavera dos Gift; com a serra do lado direito, Rádio Comercial, 7h 30, A canção do engate de António Variações, numa versão em acústico de Tiago Bettencourt.

E porque hoje é o Dia Mundial da Voz, ouçamos Sónia Tavares e António Variações.




 Primavera dos Gift.



A canção do engate de António Variações

domingo, 14 de abril de 2013

ROBERT DOISNEAU


http://erickimphotography.com/blog/wp-content/uploads/2010/11/StreetphotogrpahyDoisneau.jpg
O Beijo do Hotel de Ville" (Paris, 1950)

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Adriano Correia de Oliveira canta Canção com lágrimas




Eu canto para ti
o mês de  crescimento
como um cristal partido
Eu canto para ti o mês das giestas

Eu canto para ti o mês onde começa a mágoa
E um coração poisado sobre a tua ausência
Eu canto um mês com lágrimas e sol o grave mês
Em que os mortos amados batem à porta do poema


Porque tu me disseste quem me dera em Lisboa
Quem me dera em maio depois morreste
Ó Lisboa tão longe ó meu irmão tão breve
Que nunca mais acenderás no meu o teu cigarro

Eu canto para ti Lisboa à tua espera
Teu nome escrito com ternura sobre as águas
E o teu retrato em cada rua onde não passas
Trazendo no sorriso a flor do mês de maio

Porque tu me disseste quem me dera em maio
Porque te vi morrer eu canto para ti
Lisboa e o sol, Lisboa com lágrimas
Lisboa à tua espera ó meu irmão tão breve

Música: Adriano Correia de Oliveira
Letra: Manuel Alegre

terça-feira, 9 de abril de 2013

Patricia Kaas chante BREL



Quand on a que l' amour

Quand on n´a que l´amour
A s´offrir en partage
Au jour du grand voyage
Qu´est notre grand amour

Quand on n´a que l´amour
Mon amour toi et moi
Pour qu´éclatent de joie
Chaque heure et chaque jour

Quand on n´a que l´amour
Pour vivre nos promesses
Sans nulle autre richesse
Que d´y croire toujours

Quand on n´a que l´amour
Pour meubler de merveilles
Et couvrir de soleil
La laideur des faubourgs

Quand on n´a que l´amour
Pour unique raison
Pour unique chanson
Et unique secours

Quand on n´a que l´amour
Pour habiller matin
Pauvres et malandrins
De manteaux de velours

Quand on n´a que l´amour
A offrir en prière
Pour les maux de la terre
En simple troubadour

Quand on n´a que l´amour
A offrir à ceux-là
Dont l´unique combat
Est de chercher le jour

Quand on n´a que l´amour
Pour tracer un chemin
Et forcer le destin
A chaque carrefour

Quand on n´a que l´amour
Pour parler aux canons
Et rien qu´une chanson
Pour convaincre un tambour

Alors sans avoir rien
Que la force d´aimer
Nous aurons dans nos mains,
Amis le monde entier

Jacques Brel chante Dans le port d' Amsterdam

domingo, 7 de abril de 2013

Natália Luísa | A Verdade de Pedro Faria Lopes




A Verdade de Pedro Faria Lopes dito por Natália Luísa.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Ondjaki e Danuta | O voo do Golfinho




"Tu sempre foste pássaro?"
perguntei a um deles, muito colorido.
"Não. Eu era uma serpente
mas sempre quis ser pássaro."

Outro tinha sido canguru
outro tinha sido camaleão
outro tinha sido gato.

Agora voamos juntos
Somos o Bando da Liberdade

Um bando de pássaros que eram
outros bichos e que sempre
desejaram voar
Pássaros de todas as cores
livres a cantar
livres quando
nos apetece sonhar.

Esta é a história de como eu era Golfinho
e aprendi a ser Pássaro.

Agora vou apreciar do alto
as cores do verão
vou ficar quieto
escutando a voz do meu coração.

Texto de Ondjaki e ilustração de Danuta Wojciechowska, uma edição de appc   

(excerto)